segunda-feira, 27 de junho de 2011

Peepoo: O banheiro descartável que pode virar adubo.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 2,6 bilhões de pessoas, ou 40% da população mundial, não têm acesso a banheiros adequados. Com isso, a questão do saneamento básico torna-se um problema mundial, sendo até citada na 7ª meta dos Objetivos do Milênio, que tem a missão de reduzir pela metade o número de pessoas sem acesso a banheiros até 2015.
Essa ausência de sanitários apropriados pode causar sérios riscos ao meio ambiente e também à saúde da população, como contaminação da água potável e transmissão da diarreia – doença que mata 1,5 milhão de crianças em todo o mundo anualmente.
Por conta dessa falta de sanitários, muitos moradores de favelas em países em desenvolvimento acabam fazendo uso do "banheiro voador" ou "banheiro helicóptero", que consiste na prática de coletar seus excrementos em sacos plásticos e arremessá-los para longe.
Para acabar com esse problema de forma simples e barata o arquiteto e professor sueco Anders Wilhelmson criou a Peepoo – uma sacola plástica biodegradável que serve para coletar fezes e urina e depois pode ser enterrado e transformado em adubo.
Segundo o criador da patente, ela não é uma solução somente sanitária, já que "também pode ser usada para cultivar plantações", diz Wilhelmson. Ele ainda descobriu que as favelas urbanas do Quênia, apesar de densamente povoadas, possuíam muitos espaços abertos onde os dejetos poderiam ser enterrados.
Para funcionar sem contaminar o solo, as moléculas da sacola não apenas desintegram após um período, como suas moléculas se quebram em dióxido de carbono, água e biomassa. O plástico é feito com 45% de materiais renováveis, e a meta é que esse índice passe para 100% em breve.
Dessa forma, após ser usada, a sacola deve ser amarrada e enterrada. Uma camada de cristais de ureia irá quebrar os dejetos e os transformar em fertilizantes, matando, inclusive, os elementos patogênicos encontrados nas fezes e causadores de doenças.
De duas a quatro semanas depois de enterrado, todos os patógenos deverão estar inativos, e os resíduos terão se tornado um fertilizando poderoso. Devido à presença da uréia, o fertilizante será rico em nitrogênio que, junto a outras substâncias, ajudará a tornar o solo mais fértil, com maior retenção de água e melhor estrutura.
Segundo a organização, os fertilizantes costumam ser muito caros nos países em desenvolvimento, o que torna o Peepoos ainda mais útil para essas populações. "O uso desses sacos representam um recurso local, em vez de um contaminante", afirmam os organizadores.
O produto já foi testado em algumas comunidades de países em desenvolvimento, como Quênia e Índia, e o objetivo é que ele seja vendido por 2 ou 3 centavos de dólar – comparável ao custo de um saco plástico comum.

    Fonte,clique Aqui .

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